15 December 2010

be afraid, be very afraid

estavam todos a jantar e eu estava na sala a arrumar uma roupa quando ouço a catarina:

c: 'mãaaaaaaaae! o tiago roubou uma batata à cataína!'

ao que eu respondi:

j: 'oh filha, deixa estar, rouba-lhe também uma e ficam quites!'

e ouço a catarina para o irmão:

c: 'queíes que te roube uma batata? queíes? e um sapadão, queíes também?' [sapadão = chapadão]

esta miúda sai mais a mim do que desejável...

tiago 1 - psicadelismo 0

t: mãe, o que é isto que está a tocar?

j: jefferson airplane, filho. gosto muito! gostas tu?

t: ah... tenho de ouvir mais.

[depois de mais 2 ou 3 temas]

j: e então tiago? se calhar ainda é um bocado à frente para ti, não..?

t: ai mãe... a gaja tem uma voz... estridente, aguda! não sei, é demais...

[AMO estas críticas dele...]

10 December 2010

só para que conste

as notas do tiago: Bom a matemática, Muito Bom a língua portuguesa e estudo do meio.

you go, boy!

06 December 2010

curtas no carro #1

c: mãaaae, não fiz xixi na queca!

t & h: cuecas, catarina.

c: quecas?

t & h: CU! CUecas!

c: cú? feios! ixo nã se diz!

03 December 2010

escatologicamente falando (conversas no carro)

h: oh mãe, os porcos são um bocado nojentos, comem cócó!

t: oh... não comem nada!

h: comem, comem, que eu bem vi na tua quinta [o tiago frequentou um ATL de verão numa quinta], o porco a fazer cócó!

t: oh... tu também fazes cócó e não o comes.

h: pois, porque não sou um porco! porque os porcos comem cócó e por isso é que são porcos!

. . . oh well . . .

o intelectual

quem nos conhece de outras andanças sabe que o tiago é uma criança muito especial - é extremamente inteligente e tem uma sensibilidade única para as artes, com especial enfoque na literatura e na música.
de manhã, depois de acordar, tratar da higiene e vestir-se, vai sozinho para a sala ler um livro. acho uma piada extrema ao modo como ele faz tudo em silêncio para ninguém o seguir para aquele momento de sossego matutino em que ele se enterra no puff e fica a ler antes de vir o terramoto (ergo, até a catarina e o henrique chegarem à sala).
claro que isto não são só flores... 'ai que inteligente que ele é, que bom, que espectáculo!' sim, de facto o miúdo é muito inteligente (os que não o conhecem pensam que é cagonice de mãe, os que conhecem sabem bem que não), mas ao mesmo tempo, e não sei se derivado dessa inteligência, é dos miúdos mais 'desligados' que já vi. tanto pode estar com atenção a qualquer coisa que o interesse como pode estar com outro interesse qualquer que o desvia completamente do que tem de fazer. nunca me hei-de esquecer de uma ficha de avaliação que fez quando estavamos em aveiro, na qual só respondeu à primeira metade das perguntas porque entretanto 'estavam a cair folhas das árvores e eu distraí-me a ver...' tem destas coisas, tem...
ora, estando ele no 4º ano, a matéria começou a apertar e quando eu soube no primeiro dia de aulas que iam arrancar com matérias de estudo (estudo, estudo) como história de portugal, fiquei um bocado em pânico, já a prever aquele espírito a divagar q.b. e a não ter interesse naquilo. enganei-me redondamente. o miúdo adora história e sabe tudo e mais um par de botas! cita datas, períodos de crise e o porquê da mesma, os reis todos de trás para a frente e da frente para trás: um espectáculo.
quando voltámos a coimbra ele não teve vaga em nenhuma escola pública perto de casa, e como eu não podia de forma alguma ter os irmãos num colégio numa ponta da cidade e ele na outra, acabei por inscrevê-lo num colégio particular. e agora sim, a dúvida / receio que me assola. noto inequivocamente um empenho diferente por parte do professor no ensino. um empenho que (e não desfazendo, atenção) nunca vi numa escola pública. há um à vontade muito diferente naquela sala de aula, desde tratarem o professor pelo nome e fazerem intervalos de piadas (e como o tiago adora isso) para 'respirar' do trabalho. ele é super exigente, mas ao mesmo tempo muito acessível e chega aos miúdos de uma forma incrível (pelo menos ao meu chega). e questiono-me então: este interesse do meu filho nas matérias escolares deve-se a algo intrínseco? gosta porque gosta, porque é algo que o apaixona e pronto? ou deve-se à excelência do ensino? ao empenho louvável do professor, ao tempo que ele despende com as crianças e aos métodos de ensino? isto é algo que me preocupa um bocado, na verdade.
eu sempre andei na escola pública e sempre tive excelentes professores. o meu gosto pela escrita foi despoletado pela d. helena, minha professora primária, que sempre puxou por mim nesse aspecto. sei que ditou muito na minha vida por acções que teve na minha infância e estou-lhe eternamente agradecida (só o facto de ter boa ortografia já é suficiente para um enorme kudos d. helena!). agora, vendo o tiago com este tipo de proximidade do professor e sabendo bem que para o ano em vez de um vai ter vários e que nada garante a competência de todos... preocupa-me. preocupa-me sobretudo porque sei que há ali um exponencial de capacidades à espera de serem 'activadas' e vou ficar bastante desiludida e genuinamente preocupada se vir que tal não sucede por inépcia de quem ensina. pronto, admito que é uma visão um bocado fatalista, mas não deixa de ser uma preocupação. galinhice, vá. e vim exprimi-la num texto que já se revela longo demais.............
as it is, o miúdo está muito bem e a revelar cada vez mais a sua personalidade de 'intelectual'. e para já basta-me! (:

02 December 2010

e o natal chegou

não gosto do natal. não sei porquê. não gosto e pronto.
sempre tive natais super felizes, o meu querido Avô sempre fez de tudo para que assim fosse e sempre foi bem sucedido. há-de ficar sempre na minha memória o natal em que ele apareceu com 3 bmx - uma para cada neto (a mais pequenina ainda não conseguia andar de bicicleta). e nós, os pequenos, fazíamos filmes de natal onde parodiavamos programas de televisão e fazíamos 'sketches' de humor... era mesmo muito giro.
um ano, sem saber bem porquê, deixei de gostar do natal. continuei a gostar do convívio com a família, simplesmente perdeu a magia e deixei de gostar. se calhar algo em mim antevia a merda de natal que tive em 2008, cinco dias após a morte do meu Avô. um mês após a morte do meu pai. enfim. adiante.
não gosto do natal, irritam-me as músicas natalícias, não gosto das decorações, não gosto da obrigatoriedade de dar prendas (um dos meus grandes prazeres é dar prendinhas a quem gosto quando bem me apetece, este 'esforço programado' dispenso...). mas faço o frete, em prol dos meus filhos e honrando a memória do meu Avô que sempre fez do natal uma época muito ansiada. acho importante as crianças desfrutarem desta magia. porque é importante, numa determinada altura da vida, acreditar que existe um pai natal, algures numa terra longínqua, com uma casa incrível com inúmeras guloseimas e pequenos duendes que fabricam milhares de presentes. porque é bom saber que o bom comportamento é de facto recompensado em muito boa medida.
e pronto, nesse espírito, há natal aqui em casa. fiz a árvore ainda em novembro, portanto ninguém me pode acusar de falta de desportivismo... eh eh eh! aquela prenda enorme é a da ladycat, a do meio do tiago e da esquerda a do henrique. a da fnac fui mesmo eu que perdi a cabeça de vez e decidi dar um gostinho extra a natal aos meus 'piquenos'. escondida atrás das prendas visíveis ainda está um embrulho para a minha irmãzita. ainda faltam presentes, mas estes já fizeram as delícias aqui dos liliputianos.
agora é aguardar pacientemente o 24 para ver o que lhes está reservado!

humble, her middle name

filhota, quem é o meu amor?

xou eu....

filhota... estás tão linda!

poix é, mamã. linda, linda!

01 December 2010

saltar com os dois pés

ela consegue, já há alguns tempos.
e fica orgulhosíssima e diverte-se imenso.
resultado: catarina aos saltos pela casa. . . a lot!

todos diferentes, todos iguais

hoje finalmente (e apesar das minhas recém diagnosticadas amigdalite e faringite) meti mãos à obra para montar a dita cómoda cor de rosa à catarina. chamei-os a todos para o quarto, para os ter debaixo de olho e tive, uma vez mais, uma visão privilegiada das personalidades díspares das minhas crianças.
o tiago foi rapidamente buscar um livro enorme de contos, sentou-se na cama da irmã e ficou o tempo todo a ler.
a catarina andou sempre dum lado para o outro com as bonecas, a inventar histórias que invariavelmente incluíam as tábuas com que eu estava a trabalhar, sempre divertida e sempre a mexer.
o henrique também andava na brincadeira, mas cedo se fartou e ficou o miúdo encarregue de me fornecer as ferramentas e parafusos e afins, acabando por ser parte integral na construção (o que o deixou para lá de orgulhoso).
tão diferentes, mas tão iguais. (:
(e já temos cómoda. cor de rosa. ela está delirante!)